segunda-feira, setembro 27, 2004


in memoriam Filipe Trindade Luelmo

«Mas nessa altura dançavam pelas ruas, quais fantoches febris, e eu trotava atrás deles, como toda a vida fiz no encalço das pessoas que me interessam, porque as únicas pessoas autênticas, para mim, são as loucas, as que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, as que não bocejam nem dizem nenhum lugar-comum, mas ardem, ardem, ardem como fabulosas grinaldas amarelas de fogo-de-artifício a explodir, semelhantes a aranhas, através das estrelas e, no meio, vê-se o clarão azul a estourar e toda a gente exclama: "Aaaah!"»

in Jack Kerouac - Pela Estrada Fora

1 comentário:

Anónimo disse...

Andava eu a passear pela net, quando descubro o nome do meu irmão no meio dos links. Já faz muito tempo (tempo demais para mim), mas nunca esqueci essa frase. Sei-a decor e salteado, digo-a como se fosse uma canção. Vocês não sabem, mas fui eu que a sublinhei no livro, porque eu também o li. Mas realmente tem tudo a ver com ele; chego a achar que essa frase estava fadada a saltar da página, pela mão de quem quer que fosse, só para mais tarde lhe ser dedicada.
Tenho pena que agora sejam só memórias vagas, porque a vida continua e o tempo vai nublando na nossa cabeça os momentos que outrora foram intensos. Sei que é assim que funciona...porque eu mesma já esqueci muita coisa...o que dizer dos amigos, que partilharam apenas alguns anos com ele.
Fiquei curiosa foi para saber quem és. Qual dos amigos dele. E se por acaso tiveres fotos dele e com ele, manda-me! ana_luelmo@yahoo.com

Beijinhos